28 de abr. de 2010

Tempos difíceis


Seus olhos já não têm a mesma luz...
O ar... pesa...
E momentaneamente só o tenho de corpo presente,
Enquanto sua mente passeia por interrogações...

Tempos difíceis...
Lidar com a morte,
Contar com a sorte,
Fugir dos furacões...

A paixão existe...
Persiste...
Mas adormece
Como os vulcões.

Nostalgia


Saudades de quando me beijava inteira,
Apertava-me com eloqüência entre os seus braços
E declarava sua paixão por mim...
Saudades das noites de amor sem fim
Onde na guerra contra o relógio
A falta de tempo sempre nos vencia
E todo o tempo do mundo nunca nos era o bastante...
Saudades de quando ouvir a voz era importante,
Da paixão desenfreada
Nutrida a todo instante...
Saudades...
Daquele amor inquieto e delirante.

26 de abr. de 2010

Germinando a poesia


Falta-me o ar...
Falta-me o chão...
Tento me segurar,
Acalmar meu coração...

Acendo um incenso...
Busco a minha paz,
Busco meu bom senso,
Tento não pensar mais...

Mas a sina de um poeta
É sentir e não calar
Mesmo que não haja seta
Nenhuma pra orientar.

Transbordo essa ansiedade
Que não cabe dentro de mim,
Torcendo pra que a saudade
Nos seus braços tenha um fim.

Coração quente...
Mãos rápidas e frias...
E esse amor se faz semente
Germinando a poesia.

24 de abr. de 2010

A espera...


É estranha essa vida...
Eu que tenho ao meu lado
A espera do primeiro gesto de afeição,
Homens que não quero,
Mas que me tem paixão.
E eu aqui...
A espera de um telefonema,
Uma ligação...
Da única voz
Que me desperta tal paixão.
Espero,
Espero,
Espero...
E enquanto espero,
Sonho...
E quando sonho,
Me liberto!
E livre,
Amo!
E amando,
Continuo esperando.

Relativa geografia


Que periferia é esta
Em pleno centro urbano?
Homens, velhos e meninos
Condenados ao abandono...
Crianças cheirando cola,
Dormindo na calçada fria...
Que periferia é esta
Desafiando a geografia?
Porque será que todo centro
Tem um pouco de periferia?

3 de abr. de 2010

Molhada!


Desejei a tempestade
Sem pensar nas conseqüências...
Agora?
Paciência...
Eu queria molhar-me inteira!
Isso não se consegue
Só com nuvens passageiras...
Choveu!
Choveu com grande freqüência...
Aquela chuva forte, intensa...
Tempestade!
Amor tempestuoso...
Que gostoso!
Agora está tudo molhado...
Perigoso...

Caminhada


Caminho na noite
Como quem anda disperso...
Seguindo o horizonte,
Abraçando o universo.

Nas asas do pensamento

Sigo em busca dos meus sonhos
Revivendo meus momentos
Em cada verso que componho.

Não carrego nenhum segredo...

Só quero aproveitar a vida
Sentir-me por ela acolhida,
Desprender-me dos meus medos.

E se a alma gêmea existir
Vou descobrir onde ela se esconde...
No caminho do ser feliz
Eu só quero chegar longe.