28 de jul. de 2009

Teus olhos




Quando te conheci, tinha olhos de cachorro: pidões...
Transpareciam apenas uma carência intensa...
Mas o tempo acaba aprimorando nossas visões
E hoje, nos teus olhos vejo uma tortura imensa...
Uma sombra de noite entre vagos clarões,
Nesta tua expressão incerta de quem pensa,
Vivendo sempre o terror das interrogações...
O tempo se esvai em nossa inquietude...
Enquanto teus dizeres ocultam tuas aflições...
Sei que sabes da tua incompletude,
Mas vive nas loucuras das meditações.
O medo paralisa tua alma moça,
Não és como a água viva em loucas enxurradas,
Mas como água morta, fria e parada em uma poça.
Hoje vejo teus olhos como janelas escancaradas
Buscando alivio na noite, na lua, na madrugada...
Tentando povoar os cômodos de uma velha casa abandonada.

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